Um início na busca da serenidade

 

Conheci o Nar-Anon recentemente. A dor de conviver com um adicto me trouxe até aqui. Infelizmente não sabia da existência desse programa. Talvez, se eu tivesse conhecido o Nar-Anon antes, teria mais sabedoria e serenidade para ajudar.

Sinto-me totalmente afetada por essa convivência com a adicção. Eu me anulei, perdi o interesse por tudo e, ultimamente não tenho me alimentado direito, durmo, na maioria das vezes, à base de remédios e emagreci de tanta preocupação e desgosto com o adicto. Pensei e tentei mil formas de fazê-lo trilhar o melhor caminho e assim evitar problemas financeiros, familiares e com a sociedade. Que engano o meu! Eu me esgotei numa tentativa falha. De repente minha depressão voltou e com ela, as crises de pânico. Numa dessas crises ele estava sob o efeito do uso. A sensação que tive foi de morte. Juro que pensei que teria de ser hospitalizada. Hoje entendo que essa crise foi devido à minha tentativa em querer mudá-lo. Pensava que o adicto não se importava com nada, apenas em saciar sua vontade de usar, prejudicando as pessoas que o amavam. No Nar-Anon aprendi que a adicção é uma doença e não indica falta de amor pela família.

Graças ao Poder Superior, ele aceitou uma nova internação, o que me deixa com esperança, mas não com expectativas. No momento estou colocando em prática o Passo Um, assumindo que sou impotente perante o adicto e a sua doença.

É muito difícil ver uma pessoa que você ama prejudicar sua vida e sua saúde por causa das drogas. Assisti ao meu filho vender suas coisas e não conseguia explicar por que ele fazia isso. Estou encontrando respostas no Nar-Anon.

Essa situação ainda dói e sei que tenho muito que aprender, mas tenho esperanças que frequentando as reuniões e praticando os Doze Passos encontrarei a serenidade que tanto procuro, um dia de cada vez...